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Incompetência Istimo Cervical

A Incompetência Istmo cervical pode ser considerada uma condição rara?


A incidência aproximada é de 0,5% a 1% de todas as gestações e de 8% em mulheres com histórico de abortos anteriores espontâneas de gravidez nono meio do trimestre. É responsável por até 20% das perdas segundo trimestre. Logo, não se trata de uma condição rara não.


Como acontece o diagnóstico da Incompetência Istmo cervical?


O diagnóstico de IIC é feito através da avaliação do comprimento do colo através do ultrassom transvaginal. O colo é tipicamente curto (≤25 mm). Pode haver detritos (sludge = precipitado de escamas fetais, vernix, leucócitos, bactérias) que podem ser vistos no líquido amniótico. Se exames de ultrassom em série tiverem sido realizados, pode ser observada uma diminuição no comprimento cervical ao longo do tempo. Todavia, na prática obstétrica, essa avaliação do colo só é realizada de rotina no ultrassom morfológico entre 20 e 24 semanas, podendo ser muito tardio para fazer o diagnóstico a tempo de algum tratamento.

A avaliação do colo por ultrassom em idade gestacional mais precoce só é oferecida as pacientes com antecedente de perdas fetais anteriores ou em pacientes que possuem algum fator de risco como anomalias uterinas, história de conização ou traumas mecânicos cervicais (fórceps, múltiplas dilatação cervical para curetagem).

Logo, na maioria das vezes, como esses exames de ultrassom para medidada do colo não são realizados em todas as gestantes, o diagnóstico de IIC só é feito em paciente que já tiveram uma perda fetal anterior. Elas tem uma história obstétrica clássica clássica com partos prematuros geralmente no segundo trimestre e antes de 24 semanas. Geralmente são partos rápidos, indolores ou com sintomas mínimos ou a constatação de dilatação e apagamento cervicais adiantado e inesperado com base em seus sintomas leves. A duração do reconhecimento dos sintomas até o parto pode ter sido extremamente curta.


Quais são os sintomas de incompetência ístimo cervical?


As  mulheres com IIC na gravidez atual podem ser assintomáticas ou apresentar sintomas leves, como pressão pélvica, contrações do tipo Braxton-Hicks, cólicas do tipo pré-menstrual, dor nas costas e/ou alteração no corrimento vaginal. O volume do corrimento pode aumentar; a cor pode mudar de transparente, branco ou amarelo claro para manchas rosa, marrom ou vermelho; e a consistência pode se tornar mais fina algumas vezes semelhantes a muco ou clara de ovo como se fosse o tampão mucoso. Os sintomas, se presentes, geralmente começam entre 14 e 20 semanas de gestação e podem estar presentes por vários dias ou semanas antes que o diagnóstico de insuficiência cervical seja feito. O exame físico mostra um colo uterino dilatado e apagado no exame físico e sem contrações ou contrações irregulares fracas que parecem inadequadas para explicar a dilatação cervical e apagamento. As membranas podem ser prolapsadas ou rompidas.


Qual exame faz diagnóstico de incompetência ístimo cervical?

Em mulheres grávidas que desenvolvem sintomas de insuficiência cervical, o exame de ultrassom para comprimento cervical deve ser realizado imediatamente, porque um exame físico normal não pode excluir de forma confiável o diagnóstico de insuficiência cervical.

Em mulheres que não estão grávidas, o diagnóstico não pode ser realizado ou excluído em por nenhum teste. A avaliação da função cervical com dilatadores, balões ou histeroscopia não é útil. O ultrassom, a ressonância magnética ou a histerossalpingografia podem revelar uma anomalia uterina, que é um fator de risco para insuficiência cervical, mas não é diagnóstico. Em suma, o diagnóstico é por exame físico e ultrassom e só pode ser realizado durante a gestação.


Qual a melhor forma para segurar a gestação até final quando se tem iic? Quais são os procedimentos?

Quando a paciente tem história prévia de perda fetal e diagnóstico firmado de incompetência, sugere-se a colocação de cerclagem entre 12 e 16 semanas de gestação. Também deve se iniciar progesterona vaginal até 36 semanas de gestação.

Já em pacientes com IIC baseada no exame ultrassonográfico antes de 24 semanas pode se considerar a cerclagem como uma opção razoável (chamada cerclagem de resgate ou cerclagem de emergência). Todavia, essa cerclagem mais tardia oferece maior risco de ruptura da bolsa amniótica que por vezes encontra-se herniada no canal cervical.

Progesterona vaginal deve ser também introduzida.

Outra opção ainda sem comprovação científica é o pessário cervical. Ele funciona alterando o eixo do canal cervical e deslocando o peso do conteúdo uterino para longe do colo do útero, bem como por outros mecanismos. Ao alterar o ângulo do colo do útero em relação ao útero, o pessário também obstrui o orifício interno e, portanto, pode fornecer proteção contra infecções ascendentes. É uma opção para pacientes que não tem diagnóstico prévio e que apresentam um colo curto na gestação atual.


Quais as chances da gestação chegar às 40 semanas com esses procedimentos?


Essa resposta é muito difícil pois cada caso é um caso e se apresenta com gravidade muito diversa. Além disso, o que é de suma importância nesses casos é postergar ao máximo o parto prematuro e melhorar a sobrevida do bebê. Logo, tais procedimentos são válidos por atrasar o momento do parto para uma idade gestacional onde o bebê já tenha maturidade suficiente para sobreviver sem sequelas.

Só pra exemplificar, um estudo que avaliou a cerclagem um pacientes que tinham história prévia de IIC, 71% tiveram bebês que sobreviveram. A cerclagem foi eficaz para postergar o parto em média em 60 dias e a idade gestacional média de nascimento foi de 30 semanas. Mas como já disse, isso varia muito com o tamanho do colo, se a bolsa é herniada ou não, a idade gestacional do diagnóstico, número de perdas anteriores, presença de infeção ou não.




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